quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cordeiro de Nanã

Força e delicadeza em uma única canção!

...

Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.


Pablo Neruda



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Last kiss

Adoro essa canção, e embora muito triste, ela traduz a dor dos que perderam um amor, ou o medo daqueles que amam!


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Bate Papo

Hoje eu parei pra pensar na minha “descoberta” sexual, coloco entre aspas porque na verdade eu não descobri nada! Apenas deixei existir algo que dentro de mim já era vivo!

Eu não joguei futebol e não brinquei de bonecas, não olhei pros pintinhos dos meninos, muito menos pras xoxotinhas das meninas. Fui uma criança da forma mais pura que poderia ter sido.

Depois, namorei garotas e na época era bom (horas gente, eu não tinha outro parâmetro pra comparar- risos). Até que surgiu o primeiro amor gay.

Lembro que na época, com os olhos cheios d’água eu disse: “mãe, desculpa por eu ser gay”. Se eu tivesse que bater aquele papo novamente com ela, eu mudaria essa frase e diria: mãe supera essa, você tem um filho gay (risos).

Engraçado que o meu pavor estava completamente ligado ao que as outras pessoas iriam pensar e nas expectativas que faziam em mim, talvez por falta de maturidade. É impossível saber o sabor da maçã sem antes prová-la, da mesma forma como contar a respeito da sua sexualidade sem mesmo saber como ela se encaixa na sua vida!

Lembro também que minha mãe com os olhos represados me respondeu: “eu já sabia, só estava esperando você me contar” Acho que se ela tivesse que me falar algo desse tipo novamente, iria dizer: Marcos, conta uma novidade! (muitos risos).

No meu caso tudo se deu de forma muito simples e tranqüila, tirando os três dias onde ninguém se falou dentro de casa, o restante foi naturalmente se encaixando!

Descobrir-se gay não muda tantas coisas assim, meu parâmetro e ideal de família continua o mesmo, com a diferença que meu filho terá dois pais.

Porem, ser gay te põem de um lado da sociedade, onde fica fácil visualizar o quanto as pessoas se preocupam com pequenezas e com coisas que,pouco ou nada, irão influenciar em seus cotidianos!

Engraçado que depois que você se posiciona a respeito, as opiniões dos outros perdem completamente a importância e você passa a viver melhor, porque quando não se assume (e assumir é pessoal e não coletivo), você se divide em dois, e nesse caso, “dois” não participam dos mesmos desejos!

Se eu tivesse que conversar com aquele Marcos do passado, eu diria que ele seria um gay maravilhoso! Porque ser gay influenciaria no Homem que ele iria se tornar!

Tenho orgulho de quem sou e não do que sou, encaro a homossexualidade mais como uma característica do que como um adjetivo que me qualifica!

E de verdade..., depois de me entender e me posicionar , as coisas ficaram muito mais simples e o que antes era pesado, passou a ser estrutura !


Marcos Santiago